Google+ Li e Indico: Morte e vida severia de João Cabral de Melo Neto

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Morte e vida severia de João Cabral de Melo Neto

Os poemas aqui reunidos representam um momento de virada na criação de João Cabral de Melo Neto. São versos que retornam trabalhos anteriores sob outro ponto de vista, ou que renovam sua linguagem e imagens poéticas, abrindo novos caminhos para sua escrita.
Morte e vida severina, seu poema mais conhecido, e O rio retornam ao tema do rio Capibaribe e sua gente, já presentes em O cão sem plumas, mas agora com uma mudança de perspectiva, em que o próprio rio, no segundo poema, e os retirantes, no primeiro, assumem as vozes narrativas. Em Paisagens com figuras, o poeta mescla descrições pernambucanas e espanholas, em diálogos que marcaria boa parte de sua obra futura.
São textos fundamentais, que definem não só sua obra, mas também os rumos da poesia brasileira do século XX. Nenhum escritor, afinal, seria o mesmo, depois de ler o que João nos ensinou em Uma faca só lâmina, poema incluído neste volume - dissecando a composição poética como essa faca, "sem bolso ou bainha", composta apenas de lâmina, a cortar o poeta por dentro.

Impressões

Livro incrível! Que capacidade de colocar em versos a vida do retirante, de nos fazer sentir as dores e medos, todas as formas de desprezo que por eles os personagens passam.

Isso mesmo, os personagens... Na primeira parte do livro temos o rio contando seu trajeto, da sua nascente até seu desembocar no mar. Nos conta o que vê em suas margens e o que carrega em seu leito.

Na poesia que dá nome ao livro, conta a vida do retirante Severino, faz o mesmo caminho do rio, mas nos dá outro ponto de vista desse caminhar.

Esse é para ler e refletir, por isso, li e indico!

Quem escreveu?

João Cabral de Melo Neto nasceu em Recife, em janeiro de 1920, e viveu os primeiros anos no interior de Pernambuco. Voltou à capital ainda jovem e, ao completar vinte anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1942, publicou seu primeiro livro, Pedra do sono, que reúne seus poemas escritos nos dois anos anteriores. A edição, do próprio autor, teve uma tiragem de 250 exemplares. Sua consagração definitiva veio em 1950, com o lançamento de O cão sem plumas, considerado hoje um divisor de águas na poesia cabralina. Diplomata, residiu em vários países, sobretudo na Espanha, nas cidades de Sevilha e Barcelona, que se tornariam tema freqüente em sua poesia. Traduzido para diversos idiomas, recebeu uma série de prêmios importantes, como o Camões, o Neustadt International e o Rainha Sofia, e chegou a ser cogitado para receber o Prêmio Nobel. João Cabral faleceu em 1999.

Outras obras de João Cabral de Melo Neto:

- O artista inconfessável
- Agrestes



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